Buenos Aires (dia 2): Recoleta, San Telmo

Acordei por volta das 6:30 da manhã e estava muito frio (12˚C), costumam dizer que acordo antes das galinhas, mas quando estou viajando tento aproveitar ao máximo e deixo para descansar em casa (porque é de graça). Após o café da manhã fui dar uma caminhada despretensiosa pelo bairro da Recoleta (onde me hospedei na Calle Posadas), sempre o faço, nem que seja uma volta no quarteirão para reconhecimento de área. O bom é ver a cidade acordando, e também de não ter muita gente na rua.

Durante a caminhada percebi que o cemitério da Recoleta já estava aberto (por volta de 7:30), e não havia ninguém além de uma segurança na porta. Como era a única atração aberta a essa hora fui passear pelo cemitério, somente eu e os gatos peludos que por ali vivem. Entrei poucas vezes em cemitérios durante a minha vida, sempre um lugar triste. Mas durante o passeio não tive essa sensação, acho que por parecer mais um museu a céu aberto com túmulos e mausoléus com um quê artístico.

Uma das coisas que mais me impressionou foi o fato dos caixões ficarem expostos em prateleiras e em vitrines dentro dos mausoléus, bem diferente de tudo que já vi. Túmulos com estátuas, placas, mármore e tinha até um que parecia uma catedral, e também havia alguns mal cuidados, deteriorados pelo tempo.

Li algumas histórias a respeito das pessoas ali enterradas, que também são contadas durante a visita guiada pelo cemitério (algumas histórias encontrei no blog Aires Buenos). E sem procurar acabei passando pelo mausoléu da família Duarte, onde está o túmulo de Evita Perón, pequeno perto dos outros. A melhor opção para visitar o cemitério com mais calma. É bem cedo logo quando abre, por não ter tanta gente e ser melhor para se tirar fotos.

As 10:00 (horário que sai o primeiro ônibus) fomos a fazer o passeio de ônibus, hop-on hop-off. Compramos os tickets de 24hs por 90 pesos/pessoa, em um quiosque de turismo na Avenida Alvear próximo ao cemitério, onde há um ponto de parada. Tenho costume sempre fazer esse um passeio de ônibus para ter um resumo da cidade e assim selecionar onde irei voltar ou não.

Fizemos a nossa parada em San Telmo, por ser domingo estava acontecendo uma feirinha pelas ruas do bairro. Havia de tudo que se imaginasse para vender (tipo mercado de pulgas): luvas, casaco, camisa, copos, discos, cachecol, etc, um bom lugar para comprar um souvenir. Foi lá onde experimentei a minha primeira empanada (franco, um pouco apimentada), comprei de uma vendedora ambulante, estava muito gostosa e quentinha (7 pesos), acabei comendo umas 2.

E foi em San Telmo onde encontrei a sede do La Bicicleta Naranja, que alugam e fazem city tour de bike pela cidade. Peguei os preços e informações de como funciona. Para planejar um pedalada pela cidade.

Após San Telmo pegamos o ônibus (hop-on hop-off) e descemos na parada do Caminito, no bairro La Boca. A  região é bem pobre, com casebres bem simples. Fui avisado por amigos e havia lido também em blogs, para tomar cuidado por não ser uma região muito segura, o segredo é manter tudo a vista e não dar bobeira, como fazemos no Brasil (pelo menos eu faço!). A parte turística é bem pequena, uma caminhada de 20 minutos se conhece tudo, é claro se não parar para comer ou comprar (achei as coisas por lá muito caro). As casa bem coloridas, assim são por que antigamente eram pintadas com tinta que sobrava das embarcações que estavam no porto, por serem mais baratas e até mesmo ganha de graça. Há alguns lugares, no Caminito, onde tem pessoas dançando tango nos restaurantes, tipo show.

A parada para almoço foi no Puerto Madero, bairro bem organizado com prédios novos e com padrão luxo. Um contraste em relação ao bairro do La Boca e Caminito. Lugar bem agradável com ruas largas, parques limpos e uma orla bem legal, vale a pena conhecer. Almoçamos no Cabaña Villegas um bife de chorizo com um bom vinho tinto, as carnes são bem macias (acho que o gado não andam muito pelos pastos), muito bom atendimento.

Finalizamos o passeio do dia com um volta de ônibus pelo bairro de Palermo e descemos na nossa parada na Recoleta, fazia um frio danado.

A noite caminhando a procura da um lugar para comer, encontramos a Romário Pizzas y Empanadas próximo ao Recoleta Mall, fomos atraídos pelas empanadas que estavam sendo servidas em um mesa na calçada. Acabamos pedindo uma pizza marguerita (no cardápio: napolitana, ajo y panceta), que estava muito boa com uma massa fina e crocante, não fazia feio perante a muitas que comi por aqui no Brasil.

O começo da viagem: Rumo a Buenos Aires